15 de setembro de 2019
A infertilidade é considerada um problema de saúde pública, que atinge milhares de casais em todo o mundo. Em alguns casos, o único tratamento para que eles consigam engravidar é por meio de técnicas de reprodução assistida. Atualmente, a mais utilizada é a FIV (fertilização in vitro), em que a fecundação é realizada em um laboratório.
O desenvolvimento de técnicas complementares foi importante para aumentar a sua taxa de sucesso, principalmente para casos especiais em que a FIV não era bem-sucedida. Analisando a evolução da FIV nas últimas décadas, o teste genético pré-implantacional (PGT) se destaca.
O PGT permite selecionar os embriões geneticamente antes que eles sejam transferidos para o útero materno. O exame é feito durante o processo da FIV, aumentando as chances de o bebê nascer com saúde.
Continue a leitura para saber mais sobre uma das técnicas complementares mais importantes da FIV atualmente, o PGT. Você vai conhecer as suas variações, quando ele é indicado, como ele é realizado e a sua relação com as técnicas de reprodução assistida.
Os primeiros testes foram realizados na década de 1990. No início, ele era usado para identificar o sexo dos embriões em casais portadores de doenças hereditárias ligadas ao cromossomo X. Com o avanço da tecnologia, a sua finalidade se tornou mais ampla. Existem 3 tipos de teste: PGT-A, PGT-M e PGT-SR. Conheça a finalidade de cada um a seguir.
O teste genético pré-implantacional para aneuploidias analisa alterações nos cromossomos. A aneuploidia cromossômica é uma das maiores causas de abortos espontâneos. Uma das doenças cromossômicas identificadas pelo PGT-A é a síndrome de Down, também denominada trissomia do 21, distúrbio em que há três cromossomos 21.
Ele é indicado para mulheres com idade a partir dos 35 anos, pacientes que passaram por ciclos da FIV malsucedidos ou têm histórico de abortos repetidos.
O PGT-M identifica os embriões que foram alterados por alguma doença monogênica hereditária. Entre os principais exemplos estão a anemia falciforme, hemofilia e a fibrose cística. O teste é recomendado para casais portadores ou que tenham histórico familiar de alguma doença hereditária.
O teste genético pré-implantacional para rearranjos estruturais identifica translocações ou inversões dos cromossomos, podendo ocasionar abortos. O PGT-SR é indicado para os mesmos casos do PGT-A.
O PGT é indicado, principalmente, nos seguintes casos:
Durante o pré-natal, as pacientes com histórico familiar de doenças hereditárias fazem exames para identificar a presença dessas alterações no feto. Porém, caso ela seja comprovada, não há nenhuma conduta que possa ser feita para reverter a condição. Com o PGT, é possível selecionar e transferir apenas os embriões saudáveis para o útero materno por meio da técnica de FIV.
O PGT é um exame de alta complexidade e muito eficaz. Ele é realizado durante a etapa de cultivo embrionário da FIV, a partir do terceiro dia de desenvolvimento do embrião.
Uma biópsia é feita no embrião para coletar células a fim de identificar alterações nos cromossomos. Os mais analisados são os X, Y, 13, 16, 18, 21 e 22. A amostra retirada não causa nenhum dado ao embrião, que continua a se desenvolver normalmente.
Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para analisar os materiais coletados, mas a mais utilizada é a NGS (next generation sequencing).
A FIV é a única técnica de reprodução assistida que pode ser realizada com o PGT, pois é necessário que os embriões se desenvolvam em laboratório para que a análise seja feita.
Mesmo em casos de casais que não apresentam nenhuma dificuldade em engravidar naturalmente, o passo a passo da FIV deve ser feito para que os embriões sejam analisados.
A FIV é a técnica de reprodução assistida mais utilizada atualmente devido a sua taxa de sucesso de 40% por ciclo. O uso de técnicas complementares como o PGT aumenta as chances de o procedimento ser bem-sucedido.
O PGT diminui o risco de abortos, reduz o número de ciclos falhos da FIV e aumenta as chances de sucesso na etapa de implantação embrionária, o que, consequentemente, reflete nas chances de uma gravidez.
O teste genético pré-implantacional analisa a saúde dos embriões. Ele é indicado para casos específicos, como idade avançada da mulher, histórico de doenças hereditárias na família e abortamentos de repetição. O PGT aumenta a taxa de sucesso da FIV e evita que casais transmitam para os seus descendentes uma doença genética.
Neste artigo, você conheceu uma das técnicas complementares da FIV mais importantes atualmente. Que tal repassar esse conhecimento? Compartilhe-o com os seus amigos que estão planejando engravidar!