14 de junho de 2019
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida que permite que casais com quadro de infertilidade possam realizar o sonho de ter filhos. Esse procedimento tem sido altamente beneficiado pelos avanços tecnológicos. Uma das técnicas que revolucionou a FIV é a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
A ICSI aumentou de maneira significativa as chances de fecundação, passando a ser amplamente utilizada como o método de fecundação. Esse procedimento, seguro e com altas taxas de sucesso, auxilia casais que desejam engravidar.
Para entender como a ICSI influencia as taxas de sucesso da FIV, primeiro é preciso entender o que é e como é feito esse procedimento.
Leia o texto e conheça melhor a ICSI e a FIV.
No tratamento de FIV, os folículos e os espermatozoides são coletados e fecundados em laboratório para a formação dos embriões.
Depois que os embriões são formados e cultivados em laboratório por alguns dias para que se desenvolvam, eles são transferidos para o útero da mulher. Se houver a implantação do embrião na parede do útero, a gestação começa.
A FIV tem início com a estimulação ovariana por medicamentos hormonais que irão estimular os ovários a desenvolverem um número maior de folículos, estruturas que contêm os óvulos. O objetivo desse processo é estimular o amadurecimento de mais óvulos do que ocorreria no processo normal de ovulação, etapa do ciclo menstrual feminino.
Normalmente, durante a ovulação, apenas um óvulo é liberado, mas é necessário um número maior de óvulos para utilização em FIV.
Os medicamentos da estimulação ovariana irão agir nos hormônios que controlam a liberação dos óvulos, processo acompanhado pelo médico por meio da ultrassonografia. Quando os folículos atingem as dimensões adequadas, é feita a punção, processo de coleta desses óvulos e dos espermatozoides para que a fecundação possa ser realizada em laboratório.
Na fase da fecundação, tem-se a opção de FIV clássica ou ICSI. Neste texto vamos falar especificamente da ICSI.
A ICSI consiste na injeção de um único espermatozoide selecionado, de acordo com sua motilidade e morfologia, diretamente dentro do óvulo.
O procedimento é realizado por meio de uma agulha extremamente fina e com o auxílio de um microscópio, e é geralmente indicado para casos em que o homem apresente fator grave de infertilidade, como azoospermia, ausência de gametas no sêmen.
Em alguns casos, é necessária a realização de punção ou cirurgia para a coleta de espermatozoides diretamente do epidídimo, no caso de azoospermia obstrutiva, ou dos testículos, quando a azoospermia é não obstrutiva, indicando um problema de produção de gametas.
Uma vez realizada a fecundação e formados os embriões, terá início o cultivo embrionário, período no qual observa-se seu desenvolvimento por alguns dias, até que os embriões estejam adequados para serem transferidos ao útero.
Em determinados casos, há a indicação de pesquisa genética do embrião para análise de alterações, como aneuploidias (quantidade de cromossomos diferente do normal). É durante o cultivo que essa análise deve ser realizada, após biópsia. O ideal é a pesquisa em estágio de blastocisto, quando o embrião já tem cerca de 100 células.
Uma vez desenvolvidos, os melhores embriões serão transferidos ao útero materno para se implantarem na parede uterina e dar início à gravidez. Cada etapa da FIV é acompanhada pelo médico responsável a fim de garantir seu correto andamento.
A diferença entre a FIV clássica e a FIV com ICSI é o método de fecundação do óvulo. Todas as demais etapas são as mesmas.
As pesquisas em reprodução assistida têm contribuído para aprimorar as taxas de sucesso das técnicas de reprodução assistida, devido às evoluções tecnológicas.
A taxa de sucesso da FIV varia principalmente de acordo com a idade da mulher. Quando mais jovem, maiores as chances. No entanto, podemos falar que, em média, 40% dos ciclos de FIV têm sucesso.
A utilização da ICSI e a possibilidade de escolher os melhores espermatozoides também contribuíram para aumentar significativamente as taxas de sucesso da FIV.
Antes do desenvolvimento da ICSI, a técnica mais utilizada para tratar tais casos de infertilidade era a doação de esperma. Essa técnica, tão eficaz quanto segura, contribui para que muitos casais possam ter uma gestação.
É importante que casais que tenham sido diagnosticados com infertilidade saibam como funciona a FIV e como a ICSI pode representar uma revolução para aqueles que sonham em ser pais.
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