4 de junho de 2019
Durante muito tempo a infertilidade, tanto masculina quanto feminina, pareceu um problema de difícil solução. No entanto, a evolução da tecnologia e das técnicas de reprodução assistida trouxeram esperança para casais que sofrem de infertilidade e desejam engravidar.
Diversos fatores podem causar infertilidade, mas é importante saber o que caracteriza a infertilidade: um casal passa a ser considerado infértil quando não consegue a gravidez após um ano de relações sexuais sem utilizar métodos contraceptivos.
Se o casal recebe o diagnóstico de infertilidade, pode recorrer à reprodução humana assistida para tentar a gravidez. Existem 3 técnicas principais: relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV), sendo a FIV a mais importante e efetiva delas.
Continue a leitura do texto e conheça como a FIV é realizada, considerando as suas etapas.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida complexa realizada em 5 etapas obrigatórias.
Consiste essencialmente na estimulação ovariana, coleta dos gametas masculinos e femininos, fecundação do óvulo pelo espermatozoide em laboratório com condições controladas para o desenvolvimento embrionário e cultivo dos embriões por alguns dias antes da transferência para o útero da mulher.
As etapas, portanto, são: estimulação ovariana, punção folicular e coleta de espermatozoides, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões ao útero materno.
Caso nem todos os embriões sejam utilizados, os excedentes devem ser congelados por um período mínimo de 3 anos ou ser doados.
O passo a passo da FIV é acompanhado pelo médico especialista para elevar as chances de sucesso do procedimento.
Cada passo da FIV deve ser acompanhado por profissionais para que existam boas chances de sucesso.
A primeira etapa é a estimulação ovariana, feita por meio da administração de medicamentos hormonais por via injetável. O objetivo é estimular os ovários a produzirem um número maior de folículos e, consequentemente, de óvulos. A quantidade varia de acordo, principalmente, com a idade da mulher.
Durante o ciclo menstrual, a mulher libera um óvulo para ser fecundado. Entretanto, para a FIV, é necessário obter um número maior para que também mais embriões sejam formados e possam ser utilizados.
A equipe médica acompanha o desenvolvimento dos óvulos durante a estimulação ovariana por meio de ultrassonografias seriadas e análise de sangue, a fim de determinar os níveis hormonais e verificar quando os óvulos estão com as dimensões ideais para serem retirados.
A segunda etapa no passo a passo da FIV consiste na coleta dos óvulos e dos espermatozoides.
Essa fase, denominada de punção folicular, é realizada por meio da introdução de uma agulha extremamente fina por via vaginal para a coleta dos folículos, que são encaminhados para o laboratório a fim de identificar e selecionar os óvulos.
Cada folículo pode ter um óvulo ou nenhum. A coleta do sêmen é realizada no mesmo dia.
Após coletado, o sêmen passa por preparação para que os espermatozoides de melhor qualidade sejam separados para serem utilizados na FIV.
A etapa seguinte é a fecundação, que ocorre no laboratório. Existem duas formas de fecundação: clássica e ICSI.
Na FIV clássica, ambos os gametas, tanto os masculinos (espermatozoides) como os femininos (óvulos) são colocados em uma placa de cultivo com meio de cultura para que fecundem de forma espontânea.
Já na ICSI, os espermatozoides são injetados um a um em cada um dos óvulos coletados e disponíveis, o que aumenta as chances de fecundação.
Após a fecundação, é necessário manter os embriões em incubadoras (instrumentos que simulam as condições uterinas para o desenvolvimento dos embriões) por alguns dias para que atinjam as dimensões adequadas para a transferência e implantação. Essa etapa é denominada cultivo embrionário.
O último passo da FIV é a transferência embrionária para o útero da mulher, que pode ser feita com embriões em estágio D3 (3 dias de desenvolvimento) ou blastocisto (5 dias de desenvolvimento), dependendo das características do casal, principalmente da qualidade embrionária.
O número de embriões transferidos também depende da idade da mulher:
Por haver a possibilidade de transferir mais que um embrião, existe o risco de gestação múltipla ou gemelar. Os embriões transferidos podem se fixar na parede uterina e dar início à gestação.
Os embriões excedentes devem ser obrigatoriamente criopreservados, ou seja, congelados, podendo ser descartados apenas após três anos, caso não sejam utilizados.
Eles também poderão ser doados.
Há também a possibilidade de realizar outras técnicas ao longo do processo de FIV, como teste genético, teste de receptividade endometrial, hatching assistido, que são também importantes para determinados casos de infertilidade.
O acompanhamento psicológico também é importante para que sejam analisados tanto o pai quanto a mãe durante cada etapa do passo a passo da FIV. Esse acompanhamento é especialmente importante durante a fase posterior à implantação do embrião.
Muitas mulheres tendem a fazer o teste de gravidez antes do tempo determinado e frustram-se quando o resultado é negativo ou animam-se com um resultado positivo que pode não ser verdadeiro. Por essa razão o casal deve seguir as orientações do médico.
Essas técnicas complementares são importantes para a realização da FIV, e o casal que deseja passar pela técnica deve se informar com seus médicos acerca do funcionamento do passo a passo da FIV.
As taxas de sucesso da FIV aumentaram nos últimos anos, principalmente devido aos constantes avanços tecnológicos.
Atualmente, a FIV obtém sucesso em cerca de 40% dos ciclos, mas depende da idade da mulher, mais especificamente da idade da mulher que produz os óvulos. A utilização da ICSI também contribui para aumentar as taxas de sucesso na realização da FIV em determinados casais.
Caso esse texto sobre o passo a passo da FIV tenha auxiliado a esclarecer suas principais dúvidas a respeito da técnica, compartilhe-o em suas redes sociais para que mais casais possam informar-se sobre essa importante técnica de reprodução assistida.